Radio Flecha Polida

quarta-feira, 23 de março de 2011

O que dizer lá em casa?


Não foi fácil voltar para casa. Na verdade, peguei uma vereda alternativa, esperei a penumbra 
e entrei em casa pela porta dos fundos, pois não gostaria que as pessoas me vissem e muito 
menos que me identificassem. Afinal, fazia semana que eu saíra de casa, pela porta da frente, 
muito festejado: minha esposa e meus filhos acenavam com folhas de palmeira, cantando 
e chorando, um misto de alegria e apreensão; meus vizinhos, idosos e crianças, me 
cumprimentavam com a esperança de que o futuro tão desejado estava chegando.

Todos depositavam em mim suas expectativas de que chegaram ao fim os sete anos de opressão:
 de gado roubado, lavoura saqueada e de filhos assassinados. Muito emocionado, acenei para eles 
e fui atender ao toque da trombeta que convocava os homens de Israel para lutarem ao lado de 
Gideão, contra os midianitas.

Hoje, era diferente, era o dia da volta, entreguei ao comandante a provisão e a trombeta, pois 
quando soube que nossas armas eram trombetas, cântaros e tochas, me filiei à maioria dos outros 
vinte e dois mil soldados que assumiram publicamente sua covardia e timidez, afinal é melhor um 
covarde vivo, que um herói morto. (Juízes 7:3,8). Só ainda não sei o que dizer a minha esposa e 
filhos, mas eu sabia: o homem da casa era um covarde.

Esta me parece ser a crise atual dos homens, pois estão cada vez mais se submetendo a jugos, 
opressões e sistemas iníquos, silenciados pela conveniência de continuarem vivos, mesmo que à 
custas de sua integridade e autoridade.

Que Deus me ajude a caminhar com os poucos que exercitam a fé, mesmo com risco de suas vidas, 
e não com aqueles que precisam explicar em casa, tamanha covardia!


Rede Juvenil Shabath

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